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Enxaqueca: um problema sério

Enxaqueca não é somente uma simples dor de cabeça. É um problema de saúde sério, que acomete mais de 30 milhões de brasileiros (3 mulheres para cada homem) e merece acompanhamento médico especializado. Isso porque quem sofre de enxaqueca perde dias de trabalho e momentos importantes da vida por conta das crises que duram de 4 a 72 horas. E o pior: muitos fazem uso abusivo de analgésicos, o que significa que tomam mais de dois comprimidos do medicamento por semana.

Segundo a dra. Célia Roesler, vice-coordenadora do Departamento Científico de Cefaleia da Academia Brasileira de Neurologia, quem tem dores de cabeça constantes (mais de dois episódios numa única semana) deve procurar ajuda. O problema, conforme alerta a médica, é encontrar um especialista, já que nem todo neurologista sabe indicar o tratamento adequado. Não é raro o paciente perambular de médico em médico, passar por consultas que não duram mais 10 minutos, realizar diversos exames e no fim ainda ouvir: “Olha, você tem só uma dor de cabeça. Toma um analagésico que passa”.

“Para identificar a enxaqueca é necessário analisar o histórico do paciente. É preciso ter uma conversa longa com ele para investigar tudo, hábitos alimentares, comportamentos, histórico familiar. Costumamos, inclusive, fornecer um diário da dor, para que a pessoa escreva o dia e a hora em que teve a crise e tente identificar possíveis fatores desencadeantes. Por isso as consultas tendem a durar mais de 50 minutos. Os exames, como tomografia e ressonância, quando solicitados, só servem para descartar doenças secundárias, como tumor e aneurisma“, explica a médica.

Estima-se que as crises de enxaqueca comprometam 1,4% do total de anos de vida saudável do paciente. A dor de cabeça em geral é latejante e unilateral e pode mudar de lado; dependendo da intensidade da crise, a pessoa pode ficar impossibilitada de realizar suas atividades habituais e, na fase crítica, desenvolver sintomas como intolerância à luz, aos ruídos e a odores, além de náusea e vômito. Movimentos bruscos do crânio e esforços físico e mental também podem agravar o sofrimento durante a fase aguda.

“Náuseas e vômitos são frequentes porque durante a crise ocorre uma estase gástrica, ou seja, a digestão e absorção do que foi ingerido são suspensas. Por isso o paciente se sente enjoado”, completa a dra. Roesler.

A dica fundamental para quem sofre desse problema é prestar atenção na alimentação. Queijos curados, molhos, vinho tinto, café e chocolates podem ser fatores desencadeantes da crise. Esses alimentos liberam substâncias inflamatórias que dilatam os vasos cerebrais e ajudam a desencadear a dor de cabeça.

Além disso, fatores ambientais como luz e odores fortes e barulho alto também podem funcionar como gatilho para alguns pacientes. As oscilações hormonais pelas quais grande parte das mulheres passa durante a vida contribuem para desencadear as crises. “Durante a menstruação, por exemplo, o nível de estrogênio diminui. Com isso, os vasos sanguíneos se dilatam, ocasionando as dores”, comenta.

A médica também alerta para o risco do uso de anticoncepcionais por pacientes que tenham enxaqueca com aura (fenômeno sensorial que antecede a dor) e sejam fumantes. “Esses fatores associados triplicam a probabilidade de derrame.”

Tratamento

Enxaqueca é igual incêndio. Você tem que tratar logo senão ela piora muito”, adverte a dra. Célia. Ainda de acordo com a neurologista, existem pacientes que, pela falta de tratamento adequado, passam a ter crises diárias de dor. No entanto, é preciso cuidado: o abuso de analgésicos e o aumento progressivo das doses necessárias para alívio das crises podem resultar em um efeito rebote cujo resultado é o agravamento dos sintomas.

Existem medicamentos específicos para os casos de dor recorrente. Na prática, o paciente tem que fazer um tratamento preventivo com remédios que diminuem a frequência e a intensidade das crises. Para os momentos de dor aguda, o médico pode indicar o uso de sumatriptana, droga que reverte a dilatação dos vasos e diminui a transmissão da dor, e de naproxeno, que diminui a inflamação.

“Hoje, essas duas drogas podem ser encontradas em um único medicamento. Mas é essencial que o paciente procure a ajuda de um especialista. Se ele for a um neurologista, é importante ressaltar que sente dores de cabeça frequentes e perguntar se ele trata esse tipo de problema. Senão, peça que ele lhe indique um especialista”, finaliza.

Além dos medicamentos, é importante praticar atividade física. Se você tem dores recorrentes, procure fazer ioga, pilates ou caminhada, pois esses exercícios liberam endorfinas, que são ótimos aliados no controle da dor.

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