Elioenai Paes
Com menos efeitos colaterais do que a quimioterapia, medicamento brentuximabe é aconselhado especialmente àqueles pacientes que não respondem a tratamentos comuns

Agência Nacional de Vigilância Sanitária liberou uso frequente do brentuximabe em janeiro
Foto: BBC
Um dos maiores problemas que os pacientes enfrentam quando se tratam contra um câncer é quando aquele remédio usado na primeira linha do tratamento não funciona ou funciona muito pouco, levando-os a buscar outras drogas para exterminar a doença.
No caso do Linfoma de Hodgkin – aumento dos gânglios linfáticos e tipo de câncer mais comum em pessoas com entre 15 e 30 anos –, o remédio que representava a última esperança e só podia ser usado uma vez agora passa a poder ser aplicado quantas vezes forem necessárias pelos pacientes.
A novidade vem graças a uma aprovação recente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) do brentuximabe, medicamento usado para estender a vida da pessoa que tem a doença nos glânglios linfáticos.
Virose ou câncer?
Fadiga, inflamações nos gânglios, febre esporádica, sudorese noturna, coceira no corpo, perda de peso… Apesar de serem confundidos com viroses, esses sintomas podem muito bem ser uma pista para um câncer linfático, que, se diagnosticado, leva à quimioterapia e, às vezes, radioterapia. De acordo com Otávio Baiocchi, hematologista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), 80% dos pacientes são curados com esses tratamentos.
No entanto, aqueles 20% que não respondem à quimioterapia precisam de outras opções, como o transplante de medula alogênico – quando a medula do próprio paciente é retirada, para ser inserida posteriormente, e são ministradas altas doses de quimioterapia para suprimir o câncer – e, no auge, a brentuximabe.
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Desde 2015, o remédio em forma de anticorpo que consegue se ligar diretamente às células cancerosas para tentar diminuir proliferação do câncer tem encontrado barreiras, já que seu uso era aprovado somente para uma aplicação – ou seja, se o paciente melhorasse mas voltasse a ter uma recaída, ele não poderia usá-lo novamente.
Com aprovação da Anvisa para usos repetidos, tratar pacientes refratários aos outros tratamentos contra o linfoma de Hodgkin ficou menos complicado para os médicos. “Antes, de 10 a 15% dos jovens estariam vivos em cinco anos depois do tratamento. Hoje, o número saltou para ao menos 60%”, comemora Baiocchi. Além disso, os efeitos colaterais do remédio são mais amenos do que os da quimioterapia.
Oncologista clínico do Hospital A. C. Camargo Cancer Center, Vladmir Cordeiro de Lima explica que, com a aprovação da Anvisa, é mais fácil pedir a autorização para uso a operadoras de saúde. Não há previsão, no entanto, de a droga ser disponibilizada no Sistema Único de Saúde (SUS).
“Um paciente idoso ou uma pessoa com muitos outros problemas de saúde não aguentaria passar por um transplante de medula, já que é um tratamento mais agressivo. Então, essas pessoas também são candidatas para o uso do brentuximabe”, explica Lima. “Não é um tratamento curativo, mas tem uma taxa de resposta muito alta e controla a doença por um bom tempo.”
O tempo médio de um reaparecimento do linfoma de Hodgkin é de dez meses.
Veja algumas coisas que podem causar o câncer:

Radiação solar
Foto: Getty Images

A benzina, que é derivada do petróleo, também provoca câncer
Foto: Reprodução/Youtube

Arsênico na água
Foto: Getty Images

Trabalhar na produção de alumínio
Foto: Reprodução/site Albrás

Trabalhar como pintor
Foto: Wikipedia

Silício
Foto: Wikimedia Commons

Esquistossomose
Foto: Wikipedia

Bactéria estomacal H. Pylori
Foto: Wikimedia Commons

Presunto, linguiça e alimentos embutidos
Foto: Getty Images

Bacon
Foto: Thinkstock/Getty Images

fumaça de carvão
Foto: Thinkstock/Getty Images

Raio X, Y e Gama
Foto: Simonnet, NASA E/PO

HIV
Foto: Getty Images

Radiação
Foto: Reprodução

HPV
Foto: VACINA HPV

Formaldeído
Foto: Thinkstock Photos

Etanol
Foto: ANDRE FOSSATI – 5.1.2006

Terapia de reposição hormonal
Foto: Thinkstock Photos

Vírus de Epstein-Barr
Foto: Fifa/Divulgação

Carne processada
Foto: BBC

Pó de serra
Foto: Amana Salles/Fotoarena

Anticoncepcional oral
Foto: Reprodução/Pinterest/Tina Bishop

Anticoncepcional hormonal
Foto: Thinkstock Photos

Fumaça de diesel
Foto: ESTADÃO CONTEÚDO

Bebidas com álcool
Foto: Getty Images

Pavimentar as vias com piche
Foto: GUSTAVO BAXTER – 04.04.2014

Limpeza de chaminé, por causa da poeira inalada
Foto: AP

Poluição
Foto: Rafael Neddemeyer/Fotos Públicas

Bronzeamento artificial com lâmpadas UV
Foto: RODRIGO CLEMENTE

Cigarro
Foto: Thinkstock
Saúde: bem-estar, dicas de alimentação, dieta e exercícios – iG

