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“Me liberta”, conta mulher que usa a dança do ventre na luta contra a depressão

Mayara Aguiar

No Brasil, a depressão afeta 11,5 milhões de pessoas, de acordo com a OMS; conheça a história da assistente social Simone que, além do tratamento convencional, optou pela dança do ventre para combater a doença; confira

Segundo a ONU%2C a depressão afeta 322 milhões de pessoas em todo o mundo%3B somente no Brasil%2C são 11%2C5 milhões

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Foto: FreePik


Pensamentos suicidas, insônia, ansiedade, solidão, tédio, cansaço e choro excessivo. Esses são alguns dos muitos sintomas da depressão, doença que, de acordo com dados divulgados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2017, afeta 322 milhões de pessoas em todo o mundo. Entre elas, está a assistente social Simone Matias Silva, de 46 anos, que, além do tratamento convencional, encontrou na dança do ventre a oportunidade de mudar de vida.

Além de ter um histórico de depressão na família, Simone possui uma rotina exaustiva e estressante, principalmente por trabalhar com dependentes químicos. Somado a isso, um acontecimento em sua vida pessoal fez o problema se agravar: após cinco anos casada, ela e o marido terminaram a relação. “Ficava sem dormir. Não tinha sono. Tinha falta de energia, de perspectiva e muita tristeza. E tudo isso agravou o meu quadro”, relata. 

Superação

Para conseguir enfrentar todo os problemas pelos quais estava passando, a assistente social começou, há oitos anos, a fazer dança do ventre. Com a ajuda da bailarina Dana, responsável pelo Espaço El Fareda, Simone passou a ver a vida com outros olhos. “A dança me ajuda muito na superação das dificuldades e proporciona liberdade de criar. Hoje, estou bem melhor”, conta. 

Dana (à esquerda)%2C bailarina e responsável pelo Espaço El Fareda%2C e Simone (à direita)%2C aluna e assistente social

Dana (à esquerda)%2C bailarina e responsável pelo Espaço El Fareda%2C e Simone (à direita)%2C aluna e assistente social

Foto: Arquivo pessoal

No início, ela chegou a estranhar os movimentos, mas logo se apaixonou pelo tipo de coreografia. “Quando conheci a dança do ventre, achei um pouco estranho. Olhava as mulheres com a barriga de fora e achava que nunca dançaria aquilo. Mas, quando fiz a primeira aula, me apaixonei”, relata. 

A ligação de Simone com a arte, entretanto, não é recente. Quando tinha sete anos, seu pai a levou à escola onde ele tocava. “Ele é sanfoneiro e queria que eu fizesse violão, mas minha mãe queria que eu tocasse piano. Porém, quando cheguei lá vi uma aula de balletme encantei. Então, de alguma forma, a música sempre esteve presente na minha vida”, relembra. 

Apesar de ter dias e momentos ainda difíceis, Simone relata que, hoje, está bem melhor. “Aprendi a lidar com a depressão. Procuro ter momentos e fazer as coisas que eu gosto. Cuidar mais de mim”, conta.

Para ela, a dança do ventre foi fundamental nesse processo. “Ela me coloca em um lugar mais criativo e proporciona a oportunidade de levar alegria para as pessoas. O que mais me movimenta e me dá alegria de viver é a dança. Quando danço, eu me liberto”, explica. 

A depressão

Os quadros da doença envolvem diversas alterações de humor e comportamento, associadas a mudanças químicas e hormonais no corpo humano, e que variam de grau e intensidade. De acordo com a OMS, 11,5 milhões de brasileiros sofrem com o problema, o que corresponde a 5,8% da população.

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Conforme informa o Dr. Pedro Daniel Katz, psiquiatra do Hospital Samaritano, em São Paulo, a condição possui sintomas e sensações intensas e muito desagradáveis. “Ansiedade, angústia, tristeza, desinteresse por atividades do dia a dia, falta de motivação, falta de energia, insônia, pesadelos, medo do futuro e desesperança são alguns dos sinais possíveis”, aponta.

O profissional explica que a exposição às situações estressantes, seja crescentes ou mesmo intermitentes ao longo da vida, conduzem à intensa sobrecarga emocional. “Isso faz com que a gente desenvolva mecanismos de proteção e defesa para tentar conter o impacto ao qual somos expostos e o desgaste em nossa balança neuro-hormonal [hormônios e emoções]”, elucida.

O lado bom é que a depressão é reversível e tem cura, mas deve ser tratada corretamente. Dessa forma, antes de iniciar qualquer tratamento, é necessário um diagnóstico adequado. Após a avaliação, o especialista indicará o melhor tratamento e passará as orientações específicas a cada paciente, que vão desde medicações, acompanhamento psicológico, apoio e orientação familiar até mesmo medidas alternativas, além de formas de exercícios físicos e ocupacionais.

Os benefícios da dança

A atividade escolhida por Simone, por exemplo, estimula que a pessoa tenha postura, foco, atenção, concentração, respiração adequada, ritmo e coreografia, que, juntas, levam à  liberação de endorfinas, proporcionando sensação de prazer e bem-estar. “A dança aumenta o ritmo cardíaco e auxilia a circulação sanguínea, incluindo a melhora do fluxo sanguíneo cerebral. Também beneficia a condição muscular e articular, promove o ganho de condicionamento físico, otimiza a respiração e  favorece o equilíbrio”, ressalta o psiquiatra.

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Além disso, a dança faz com que a pessoa lide de forma mais próxima com sua imagem corporal. Outro ponto positivo é que auxilia a socialização e a reintegração social de quem sofre com a depressão. “A dança faz a diferença porque permite conhecer outras pessoas. Você cria um ciclo de amizades e uma pessoa ajuda a outra. E a superação de uma alguém querido é como se fosse a sua. Torcemos um pela outr”, finaliza Simone.

Saúde: bem-estar, dicas de alimentação, dieta e exercícios – iG

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