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O mito da moderação – Parte 2

quadrado incial

Por Mark Sisson

Nós já ouvimos isso um milhão de vezes: “Coma uma dieta bem equilibrada com tudo com em moderação” Depois de todas essas décadas de falha clara com esta abordagem, ela se tornou um cliché nebuloso que é ainda adotado por médicos, nutricionistas e “especialistas” nutricionais com um penhor de garantia. O mesmo vale para o exercício e stress. Quantidades moderadas de estresse fazem um bom trabalho cardiovascular, moderado é bom, etc. Nós aceitamos o conceito de moderação tão prontamente, eu acho, porque soa tão racional e simples. Se seguirmos o bom senso, moderação sugere, nós vamos ficar bem. Mas, se fosse assim tão fácil, a maioria das pessoas seria saudável, porém as  estatísticas sobre as taxas crescentes de obesidade e doença crônica nos dizer o contrário. Então qual é o problema?

Algo crítico está faltando na cena. Infelizmente, o mantra, coma com moderação que as pessoas tendem a invocar, muitas vezes é uma abstração reconfortante que usamos para nos iludir e justificar comprometimento nos mesmos comportamentos de auto-sabotagem novamente e novamente.  Afinal de contas, a moderação como um padrão desfocado convenientemente não exatamente nos pede para mudar alguma coisa específica ou questionar o que aceitamos como padrões de estilo de vida normais e saudável. Nossa percepção é limitada pela nossa própria interpretação subjetiva. Assim, para este o velho mantra, eu gostaria de fazer uma recomendação adicional.

E se pudéssemos usar a positividade deste conceito e reformulá-la por dentro, personalizando-o, estabelecendo limites significativos específicos? Pois afinal, é possível ainda tirar proveito deste conceito vago que atrapalha muita gente.

Em suma, o que significaria para os nossos objetivos de saúde se realmente usarmos a moderação a nosso favor e esclarecê-la para nosso próprio uso individual?

 

Porque o fato é, eu vejo uma oportunidade genuína aqui. Eu não promovo a contagem de calorias ou pesar a comida. Não há necessidade de executar a aritmética diária em torno dos princípios Primal/paleo. Da mesma forma, no seu exercício diário não é necessário medir obsessivamente para chegar a ficar em boa forma física. O guia paleo e low-carb, afinal, é sobre os princípios simples, os princípios fisiológicos básicos que regem a dieta ancestral. Quando alinhamos nossas vidas com estes princípios, a beleza é que não precisamos se preocupar muito com a matemática. A saúde e a dieta ficam muito fáceis!

O Problema da Percepção

 

Mas o conceito de moderação, como a maioria das pessoas comumente pensam sugere algo totalmente diferente. Moderação é quase sempre colocada em um contexto de “todas as coisas com moderação.” Vale tudo, desde que você não coma demais e exagere. No entanto, as pesquisas não suportam a ideia de que isto conduz a ganhos de saúde reais. Na verdade, o oposto parece ser verdadeiro para o peso e a saúde metabólica.

Adicione a esta pergunta a imprecisão total e absoluta do que constitui “muito.” Quanto fazemos exercícios demais ? Quando consumimos muito açúcar?  Quanto sofremos stress demais? E quando será que dormir demais?

O problema é que não somos particularmente bons em definir quantidades moderadas para nós mesmos sem a névoa da auto-justificação entrando na mistura.

Um estudo recente publicado pela Universidade da Geórgia. Em uma parte do estudo global, os indivíduos foram convidados para definir quantos de chocolate e biscoitos de chip constituí uma quantidade adequada (quanto as pessoas “devem” comer), quanto constituí uma porção “moderada”, e quantos constituía uma  porção de “indulgencia”. As respostas médias foram um pouco mais de dois para a quantidade adequada, pouco mais de três para a quantidade moderada, e pouco menos de seis para a quantidade indulgente. Em outras palavras, as pessoas tendem a situar “moderação”  “dever” e “indulgência.” Os pesquisadores observaram a mesma tendência, quando repetiram a experiência com outros doces.

Mas no mais revelador de todos os resultados, os participantes foram convidados a descreverem o consumo de escolhas específicas de alimentos não saudáveis ​​(por exemplo, pizza, sorvete, etc.) e a definição de uma porção moderado para esses alimentos. Nem um pouco surpreendente o resultado!! Quanto mais as pessoas comiam de um determinado alimento, mais generosamente elas definiram a quantidade moderada do produto. Eu não acho que é muito difícil a acreditar que o mesmo pode ser dito para os nossos outros fatores de estilo de vida com esta auto-justificação.

Por exemplo, como é que um viciado em exercícios aeróbicos define a moderação para seu/ sua atividade aeróbica? Como poderia um ávido praticante de Cross-Fit decidir quando sua rotina de HIIT é moderada? Uma pessoa sedentária  pode chegar a uma ideia significativamente adequada do que uma atividade física moderada para ela consiste?

E em termos de transição alimentar, como pode alguém que está acostumado a beber um litro de refrigerante por dia conceber uma ingestão de açúcar moderada? Alguém que come fast food todos os dias, como é que ele/ ela encontra um padrão de moderação para alimentos processados? E quem é viciado em trabalho? Como será que essa pessoa chega a um equilíbrio razoável, moderado para trabalhar e relaxar? Ou o que podemos dizer sobre a pessoa que passou décadas evitando exposição ao sol a todo o custo. O que ele pode sentir que é “moderado” para ele/ ela?

Onde é que todos esses cenários e as suas dificuldades diz para nós sobre a questão de moderação? É um empreendimento sem esperança, ou podemos aprender a trazer mais objetividade a este concento? Se sim, como?

Moderação, como um Processo

 

Por um lado, eu acho que nós precisamos abraçar a ideia de crescer em moderação. Isso significa aceitar que é um processo de aprender a viver “no meio”, quando por muito tempo nós permanecemos ao longo das bordas em um grau ou outro. Moderação, se nós sempre empregarmos ela como um padrão amplamente influente em nossas vidas, este processo sempre acontecerá mais provavelmente vindo de uma bússola interiorizada (se não o próprio temperamento pessoal) de moderação. Talvez os estoicos tenham razão.

Mas como isso acontece? Uma boa pergunta inicial tem a ver com motivação.

O que nos puxa para as bordas e nos mantém em nossos comportamentos menos moderados? O que está por trás de nossa obsessão com o trabalho, com chocolate, com massa muscular, com refrigerantes? O que estamos escondendo, substituindo, e pedindo de nossas vidas? Podemos não ter uma resposta instantânea aqui, mas eu estou supondo que a maioria, se não todos nós temos alguma noção. Começa por aí.

Em seguida, tenha clareza sobre como o corpo funciona como um sistema. A mentalidade, bem como a fisiologia da moderação está enraizada em compreender e apreciar os mecanismos holísticos em jogo. Dê uma olhada boa no estilo de vida paleo/low-carb para a lógica própria deste estilo de vida no que diz respeito a este conceito de moderação. Estamos buscando trazer equilíbrio para todos os sistemas. Se nós estamos vivendo de cortisol e cafeína durante todo o dia, isso não causará nada de bom para a nossa homeostase hormonal. Exercitar muito, e logo justificar comer uma ingestão de carboidratos convencional acabará por nos levar a qualquer número de doenças, incluindo a resistência à insulina.

Aplique essa ideia de equilíbrio fisiológico para a sua vida como uma visão para a auto-sintonia, tendo em mente que você está buscando se superar em equilíbrio. A beleza do estilo de vida primal/ paleo é que ele se concentra em equilibrar uma série de insumos essenciais. Nós muitas vezes passamos por um período de transição caso estejamos entrando em estados metabólicos saudáveis ​​que estimulam nosso corpo, incluindo  questões de fadiga; ânsias e mais cansaço mental, muitas vezes, durante o período de transição.

No entanto, estaremos trabalhando com um feedback físico confiável. As diretrizes básicas para fazer essa mudança, regem sobre um modelo para o equilíbrio fisiológico, conforme determinado por padrões ancestrais de saúde. Com base na ciência, nos seus exames e no que nossos ancestrais consumiam (não em moderação), você chegará a um estado de equilíbrio mental e físico muito mais saudável e melhor.

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Agora é que a coisa esquenta para você!!

 

Em vez de nadar na imprecisão, comece a definir um novo padrão “de trabalho”, entendendo que a moderação será um processo de experimentação e refinamento.

Você estará treinando em direção a alimentação e exercícios moderados que realmente irão te beneficiar e ajudar você a atingir seus objetivos.

A união entre percepção e prática irá ser reforçada com objetivos e técnicas sólidas em mente. Use um notebook ou aplicativo para gravar sua atividade física / dieta /padrões de sono / percepções do seu dia / estresse que você está tentando controlar. No final de cada dia, dê uma olhada. Onde exatamente entra o princípio de vida paleo /primal no seu dia? Quanto tempo você realmente passa levantando peso ou executando exercícios de cardio no dia? Como ele se compara com as recomendações paleo /low-carb?

Quando a moderação não é a resposta

 

Finalmente, penso que vale a pena voltar à questão da eliminação. Um adulto racional deve saber melhor do que acreditar que todas as opções sob o sol (todos os alimentos) precisam estar na mesa para que a vida seja digna de ser vivida. Nós seres maduros, evitamos certas coisas porque aceitamos que elas não são boas para nós como indivíduos.

Algumas pessoas podem comer apenas um brownie no piquenique da família e ficarem satisfeitas. Para outras pessoas, elas simplesmente não funcionam dessa maneira. Elas devem evitar por completo, pois caso contrário irão se sucumbir a vontade de comer mais. Aprenda a aceitar que algumas coisas não são boas moderação para você. Elas são problemáticas para dieta e para saúde.  Alergias ao glúten, vício de açúcar, fadiga adrenal ou outras propensões de saúde (por exemplo cânceres agressivos que acometem  sua família)  são melhores abandonadas do que em moderação.

Com interesse na sua própria saúde e satisfação, aprenda a rejeitar a fixação em troca da privação, partindo do pressuposto de que você não tem mais a liberdade de comer um pouquinho de tudo na mesa de buffet, porque agora não está mais obcecado com FOMO (medo de perder), nós estamos deixando de ser reféns da vida, ao invés, estamos em controle dela. Uma abordagem inteligente para a moderação sabe o que deixar de fora da dieta completamente.

Em última análise, a questão da moderação adequada e eficaz pode resumir-se a um compromisso vitalício de ler o feedback do corpo. Quanto mais adiante estamos na jornada, mais sintonizados estaremos a essas mudanças no humor, sono, energia e desempenho.

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