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Vamos nos permitir

Culpa. Quem nunca sentiu culpa por ter comido demais? E não, essa culpa não tem nada a ver com a nossa herança judaíco-cristã ou com o pecado capital da gula. E, infelizmente, nem sempre tem a ver com a sensação de estar forçando demais o corpo e a saúde. Essa culpa que a gente sente diante de uma comida que a gente gosta, e que não é uma “folha de alface”, vem do patrulhamento da magreza, do policiamento do corpo e do “politicamente saudável”. O nosso prazer de comer vai ficando cerceado pela culpa.

Diante de um bolo de chocolate, com aquela calda deliciosa caindo pelas bordas, somos todos culpados! Sim, nós nos rendemos, e como já fracassamos por ter comido o primeiro pedaço, por que não comer mais um, e mais um? E agora que o bolo de chocolate já foi, por que não atacar aquele sorvete que estava na clausura congelante do freezer? E agora que já está tudo perdido mesmo, por que não comer pizza no jantar? E como já é quinta-feira, por que não se entregar à insaciante loucura bipolar de comer tudo o que der vontade, intercalada com momentos de profundo sentimento de fracasso e culpa, até segunda-feira quando prometemos voltar ao auto-flagela com a folha de alface e as abdominais?

“A “folha de alface” é a metáfora do castigo
e o caminho para a redenção depois que metemos o pé na jaca”

E assim é a relação que vamos vivendo com a comida. Tentação, entrega, negação, culpa, auto-flagelo, redenção. Parece que estamos sempre tentando nos redimir por ter comido o que não devíamos. Por ter caído em tentação, vem o castigo da “folha de alface”: Ah, agora é uma semana comendo só folha de alface!

Aí vem um efeito emocional terrível: aquilo que é saboroso, mas que às vezes precisa ser redescoberto pelo nosso paladar, ganha o estigma da “comida saudável”, “comida da dieta”, de “castigo”… e parece que fica chato e perde todo o sex appeal gustativo.

Quando estamos na mood “dieta”, a “folha de alface” é o demônio, é aquilo que nós odiamos e que nos afasta do que desejamos. Mas quando estamos com o pé mergulhado na jaca, a mesma “folha de alface” de repente se torna a nossa redenção. Tão maluco isso, não é?! Gente, é só comida! Não precisamos sofrer tanto! Podemos e devemos relaxar, sentir prazer com o ato de comer, quebrar tabus, deixar o maniqueísmo alimentar de lado. Precisamos nos reconciliar com a comida, com o nosso corpo.

Não há nada melhor do que sentir que estamos no controle da situação. Ter consciência do que comemos é a melhor forma de nos livrarmos da culpa. Saber que estamos comendo algo que está nutrindo corpo e alma é reconfortante e muito prazeroso.

Vamos deixar a culpa de lado? Vamos nos permitir? Vamos nos libertar? Vamos libertar a coitada da “folha de alface” desse estigma? Sem ansiedade, sem arrependimento. Você pode sim comer o seu desejado bolo de chocolate. Mas esse bolo de chocolate vai ter um sabor muito mais especial se você souber que ele foi feito da melhor forma que pode ser feito, com tudo de bom que o seu corpo merece.

Coma devagar, coma com prazer, coma com um sorriso no rosto, coma com leveza, coma com equilíbrio, coma de modo consciente, nutra o seu corpo e a sua alma com aquilo que come. Sentir isso é um prazer sem culpa. E tudo é uma questão de escolha.

Vamos nos permitir?!

Beijos,
Carol :*

PS.: Ah, e para você não passar vontade, toma aqui essa receita de… mousse de chocolate rsss. Mas a receita de bolo de chocolate fica prometida 😉

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